A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, vincou a importância da luta permanente contra a violência sobre as mulheres, esta manhã, na sessão de encerramento de um ciclo formativo que decorreu no Hospital de São Bernardo.
A autarca encerrou os trabalhos do ciclo de formação “O Futuro da (Des)Igualdade”, sobre a temática da igualdade de género e violência, que incluiu conferências ao longo de novembro, organizado pelo Centro Hospitalar de Setúbal, no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Esta iniciativa, considera Maria das Dores Meira, demonstra “a preocupação do hospital e de quem nele trabalha” com a igualdade de género e a violência, num momento em que se debatem, internacionalmente, as questões associadas à violência contra as mulheres.
A edil defende que este é um tema que não se pode parar de debater e no qual há que “insistir em permanência para que ninguém se esqueça de que estamos perante uma realidade demasiado presente”.
Como as situações de violência, por vezes, acontecem “mesmo ao nosso lado, com gente que conhecemos e estimamos”, a autarca não quis deixar de “recordar e homenagear, neste dia especial, uma trabalhadora da Câmara Municipal de Setúbal assassinada num contexto de violência doméstica há quase dois anos e, através dela, homenagear todas as mulheres que são diariamente agredidas física e psicologicamente”.
Os números do relatório de 2015 da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, instituição que a autarquia apoia, em Setúbal, com a cedência de instalações, indicam que, entre 2013 e 2015, os processos de apoio conduzidos por esta associação cresceram 8,8 por cento.
Neste período, registou-se um aumento de 10,1 por cento de vítimas, sendo que em 75 por cento dos casos se verificaram abusos são praticados de forma continuada e apenas em 39 por cento das ocorrências houve queixa às autoridades.
É ainda de salientar que, em 2015, a APAV registou, entre as mulheres com mais de 18 anos, uma média de 14 vítimas por dia, enquanto entre os homens houve dois casos conhecidos.
No total das 9612 vítimas que recorreram aos serviços da APAV no ano transato, 82 por cento são do sexo feminino e os restantes do masculino.
Na contabilidade dos autores dos crimes invertem-se os números, pois 81 por cento dos agressores eram homens.
A autarca salienta, igualmente, que ainda há países que não permitem o voto das mulheres, pelo que reforça a ideia de ser fundamental um “labor permanente contra a violência e, em particular, contra a violência sobre as mulheres”.
A sessão de encerramento do ciclo de formação “O Futuro da (Des)Igualdade” contou ainda com as presenças da diretora do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal, Natividade Coelho, do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), Manuel Roque, e da coordenadora do Grupo de Implementação do Plano de Igualdade de Género do CHS, Maria do Carmo Carnot.
Antes, da sessão de encerramento do ciclo de formação, houve uma conferência que contou com a intervenção da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino.
CMS/Zoomonline