A Santa Casa da Misericórdia de Azeitão quer avançar com um tratamento pioneiro do cancro da próstata, desenvolvido por um laboratório europeu, que alia a terapia a laser a um medicamento feito à base de algas marinhas.
O provedor da Misericórdia de Azeitão Jorge Maria de Carvalho, que é também médico especialista em cuidados paliativos, disse a O Setubalense que “do ponto de vista médico temos sempre informações para os novos problemas de saúde” e “em Março de 2016 tive conhecimento desta terapia ao ler a revista da Ordem dos Médicos”.
“As misericórdias foram criadas para tratar de grandes epidemias e o cancro na próstata é quase isso, sendo o mais frequente entre os homens, em que em cada oito doentes um morre, chegando os doentes ao médico em estado avançado da doença”, afirma. O responsável adiantou que “tentámos procurar a nível mundial quais eram as respostas nesta área e foi assim que descobri o Instituto Steba Biotech”, que desenvolve esta terapia há 22 anos.
“O medicamento já passou as três fases da Agência Europeia do Medicamento, após um longo processo burocrático e quando for aprovado, se estivermos à frente com o treino médico concluído, os doentes podem começar a ser tratados em Portugal”, frisa. “Não vai demorar muito tempo, talvez em Março ou Abril, e o instituto está interessado em começar em Portugal, por não ter ainda muitos stocks do medicamento, o que para nós seria espectacular, ser em Azeitão”, salienta o provedor.
O tratamento nasceu da investigação das propriedades de pequenas algas das profundidades do mar e promete melhores resultados, com menos complicações que as intervenções cirúrgicas, a quimioterapia e a radioterapia, que causam sequelas como impotência sexual e incontinência urinária. O doente é injectado com uma substância que segue para os tecidos cancerígenos e, posteriormente, é exposto a um laser cuja luz activa a substância, fazendo com que as células malignas deixem de poder respirar e de se alimentar. De referir que, o Instituto Steba Biotech, com sede no Luxemburgo, é um do mais importantes do mundo, de onde já saíram 23 prémios Nobel da Medicina.
O Setubalense/Zoomonline